quarta-feira, 27 de abril de 2011

Carpe Diem


Dizem os bucólicos “carpe diem”.

Mas o que é viver o momento? Se todo dia eu viver como o último, comeria pastel, beberia vodka, caipirinhas e vinhos. Brindaria com amigos, chocolate seria minha alimentação base. Mas o que é viver o momento? Cigarros e drogas lisérgicas, não trabalhar, não se preocupar, amar a quem quiser e desgostar sem fingir, saudar Baco toda noite, admirar a lua. Comer, beber e amar. Mas o que é aproveitar a vida? Enfartar com 20 anos, derrame, colesterol, tuberculose, sífilis, disritmia. Taque cárdia. Cafeína, cefaléia. Morfina, dependência. Descanso, dívidas. Vida, morte. Sim, Arnaldo Antunes! “O Pulso ainda pulsa e o corpo ainda é pouco.” Quero não me preocupar e vivo preocupada com isso. Aproveito o momento e acordo com ressaca moral. Moral minha? Moral social? Me fascino com meu medo, tenho medo do que me fascina. Eu quero estar bem, quero sempre mais, mas mais não me faz bem e menos também não faz. E nesse vai e vem de quem tem e não tem, eu aproveito diem, do meu jeito torto, e depois da tormenta o sossego, do sossego o tédio, do tédio a inquietaçãotormenta. Me acorda desse sonho maluco, mas me deixa dormir mais 5 minutos. Não deixa ter pesadelo e não deixa eu ficar sem medo.

Eu sou extrema.

E isso é: solução com problema.

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